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dias

têm sido dias novos e de (re)descoberta. voltei a treinar, ainda por cima no estágio de pré-época e sinto agora como é bom e maravilhoso o banho depois do treino, à noite. o jantar tarde ainda com o sangue a correr mais depressa por dentro. comecei a trabalhar e a descoberta é constante. tenho uma sala pequena mas gosto por ser azul turquesa. todas as paredes são de um azul assim. quase parece que se mergulha quando se entra, não fosse a janela, à direita, a lembrar-nos que estamos fora de água num subúrbio de lisboa. são ainda muitas as dúvidas, as coisas a aprender, os horários e calendários não estabelecidos, os alunos por vir, a confusão dos almoços, as auxiliares...não tenho quase material nenhum, só algum que fiz, mas tenho prateleiras vazias para encher e é uma sensação boa, como a de um ano em aberto no princípio de Janeiro.
voltei a outra casa e , apesar de um susto, foi um bom fim-de-semana onde o tempo passa devagar no balanço de uma rede que mora no terraço, debaixo das uvas escuras e verdes claras. viajei, fiz estrada, dormi mais.
entretanto vem aí um concerto bom e confesso que mal posso esperar. gostava que tudo fosse mais fácil, mais simples e naturalmente comunicativo como era e sempre foi, mas o telefone continua ausente de respostas e o mail tem uma, vista agora num computador emprestado. apetece-me a minha turma e até as aulas do vitor de fonseca que me esgotavam a meia hora do fim. não tenho saudades daquela comida, mas dos almoços sim, e da máquina de café que impõe uma pausa no corredor, ao lado dos esqueletos das salas de anatomia. gosto dos gabinetes, gostava muito de trabalhar ali, mas quero aprender mais primeiro. falta-me caminho ainda (embora os sonhos não precisem de caminho para existir).apetece-me um café com a maggie, o ferreirinha e a sua casa nova, o tomaz e as novidades do verão, as fotografias de espanha.
sim, tenho um pequeno buraco por dentro feito de algum vento triste que hoje, não fosse a janela aberta à direita de mim, estaria ainda aqui. já foi embora, transformado numa casa boa onde gosto sempre (tanto) de estar, amigas, uma criança que me inspira, boa onda para pôr a conversa em dia e deixem-se de tretas!não tenho paciência para tretas e já não disfarço a falta de paciência que tenho para tretas. e a falta de resposta é isso, uma treta em presença que camufla a ausência de resposta.

Comentários

rititi disse…
ai o k me vejo nessas tuas palavras..esta coisa nova a k se chama responsabilidade n é la muito agradavel, é mm assim cheia de tretas mm cm tu dizes!! as saudades estao sp ao nosso lado, as belas aulas, as recadinhos constantes, os olhares cumplices, as tardes na ae, as novidades constantes! agora parece k nada é directo tens de ir á procura...dos amigos n estao à mão de semear...n os ves todos os dias, mas sim quando combinas e quando morres de saudades ...quando há tempo...mas é bom...tao bom...ficam todos a quererem falar de tanta coisa p dizer... de tanto p contar e partilhar com os k interessam!! como tu !!
Anónimo disse…
isto devem ser os ares de setembro, de quando é o principio de muitas coisas, também eu ando à espera de respostas, de uns mails vindos de espanha, de inscrições em hospitais...
e sei que as marés vão mudar e os nossos corações vão ficar mais quentinhos, mesmo que ainda venha um ventinho triste que me sacode de repente, mas tenho na memória os nossos cafés e o calor dos amigos que estão sempre aqui. e eu gosto muiti de ti, tu já lo sabes**
maggie

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