Querido J,
Estou finalmente preparada para me despedir de ti com o mesmo amor com que fiquei.
Escrevo-te com a cor do mar em dias de Verão, esse mar que cura e leva todas as coisas. As transforma.
Tenho sonhado contigo nos últimos dias, com carinho. Lembro-me do teu cheiro, da tua pele lisa no peito e costas. Lembro-me da tua respiração ao dormir, de sentir quando chegavas a Lisboa ou qualquer outro lugar no mundo, independentemente do que estava a fazer no meu dia.A guiar, a tomar café, entre emails e reuniões de trabalho ou qualquer outro compromisso de agenda.
O que me magoou já não magoa. Amei-te muito e sei que esse amor vai continuar a existir para além de nós da mesma maneira que a vista da minha antiga casa continua, apesar de eu já não morar lá e não a encontrar todas as manhãs. O amor, como a vista e o horizonte, existe desde o princípio dos tempos e não precisa de pessoas, existe por si. Este amor vai, assim, existir para além de nós. Voa e viaja, desenha cenários na paisagem a pensar como seria se tudo fosse diferente e se nós também o fossemos. O amor nunca tem essa insegurança de duvidar o que é e pensar em ser outra coisa, só os humanos são assim. Ele não é mortal e ainda me segreda ao ouvido quando vejo o rio que vi contigo, quando oiço o que ouvi contigo.
Não quero ser o lugar vazio onde esse amor chega depois do vôo de sempre, por isso dei-lhe uma nova aura para que me possa acompanhar sem ser em segredo. Arranjei-lhe um lugar etéreo para que viva além da casa que habitava, com as janelas que lhe desenhamos. Digo-te que o guardo, escuto e passa a ser parte da minha respiração que, essa sim, me acompanhará até ao fim dos meus dias neste mundo. Caíram muitas bombas na nossa casinha e tive que a deixar. Foi um lugar feliz e cheio de balões, pessoas de quem gosto tanto. Sei que fica difícil compreender, só espero que sintam como são gostados. Serão sempre e o lugar onde nos encontrávamos será sempre como os Verões de infância e as flores quentes que colhia entre 2 dedos na açoteia.
Espero que guardes os teus lugares felizes, agora que já não estou contigo.
Teresa
Estou finalmente preparada para me despedir de ti com o mesmo amor com que fiquei.
Escrevo-te com a cor do mar em dias de Verão, esse mar que cura e leva todas as coisas. As transforma.
Tenho sonhado contigo nos últimos dias, com carinho. Lembro-me do teu cheiro, da tua pele lisa no peito e costas. Lembro-me da tua respiração ao dormir, de sentir quando chegavas a Lisboa ou qualquer outro lugar no mundo, independentemente do que estava a fazer no meu dia.A guiar, a tomar café, entre emails e reuniões de trabalho ou qualquer outro compromisso de agenda.
O que me magoou já não magoa. Amei-te muito e sei que esse amor vai continuar a existir para além de nós da mesma maneira que a vista da minha antiga casa continua, apesar de eu já não morar lá e não a encontrar todas as manhãs. O amor, como a vista e o horizonte, existe desde o princípio dos tempos e não precisa de pessoas, existe por si. Este amor vai, assim, existir para além de nós. Voa e viaja, desenha cenários na paisagem a pensar como seria se tudo fosse diferente e se nós também o fossemos. O amor nunca tem essa insegurança de duvidar o que é e pensar em ser outra coisa, só os humanos são assim. Ele não é mortal e ainda me segreda ao ouvido quando vejo o rio que vi contigo, quando oiço o que ouvi contigo.
Não quero ser o lugar vazio onde esse amor chega depois do vôo de sempre, por isso dei-lhe uma nova aura para que me possa acompanhar sem ser em segredo. Arranjei-lhe um lugar etéreo para que viva além da casa que habitava, com as janelas que lhe desenhamos. Digo-te que o guardo, escuto e passa a ser parte da minha respiração que, essa sim, me acompanhará até ao fim dos meus dias neste mundo. Caíram muitas bombas na nossa casinha e tive que a deixar. Foi um lugar feliz e cheio de balões, pessoas de quem gosto tanto. Sei que fica difícil compreender, só espero que sintam como são gostados. Serão sempre e o lugar onde nos encontrávamos será sempre como os Verões de infância e as flores quentes que colhia entre 2 dedos na açoteia.
Espero que guardes os teus lugares felizes, agora que já não estou contigo.
Teresa
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