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uma das melhores coisas de poder escrever é poder fazê-lo. a escrita basta-se a si.

Têm sido tempos mais exigentes, o trabalho continua atípico nestas rotinas covid, os encontros com amigos e família são menos e mais controlados, preocupa-me saber que tantas pessoas à minha volta estão a passar mal ou antevêem que se vão encontrar numa situação difícil na próxima semana ou mês. Faz-me confusão que não se faça tudo o que se possa, seja em relação à pandemia ou à protecção do planeta. Como o não escolher palhinhas, não deitar lixo no chão, reciclar o possível. Acredito numa intenção de cuidado base com tudo, sempre acreditei que um pequeno gesto repetido milhares de vezes faz a diferença. Milhares de vezes por milhares de pessoas. 

Uma das consequências da pandemia foi a sensação de desesperança e ansiedade crescente não apenas por estarmos numa situação sem guião em que não se sabe como vai ser o futuro, mas também pela falta de controlo que parecemos sentir no presente, atirados para casa sob o mote da segurança.

Talvez por isso, o realismo do gesto de usar máscara fora de casa tenha outro significado adicional para além da protecção: permite uma leve sensação de controlo e o cuidado com o outro num mundo que parece descontrolado e a operar sobre outra matriz que não a habitual. 

A apreciar a vida daqui.

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