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Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2007

dias azuis

a outra margem

de Luis Filipe Rocha estreia no início de Outubro

o que se espera

tenho andado a pensar nisto: no que esperam de nós. no trabalho, nos amigos,pessoas da família, as pessoas das caixas do supermercado e das bombas de gasolina. é uma ideia estranha porque talvez parta do princípio errado de que esperam alguma coisa, como se quiséssemos pôr um espelho onde não há. ou então espera-se tudo e há zooms, grandes angulares que nos dissecam aos bocados para ver se estivémos bem aqui, ali e acoli. a ideia que fazemos dos outros e de nós é estranha e semelhante à ideia de sucesso. há aqueles que movimentam milhões, trabalham e ganham cada vez mais. há os que montam um circo à sua volta. há os que daqui a dois anos estarão esquecidos e cairão na frase deprimente..."ah, aquele da televisão que aparecia muito,...o que é que ele fazia?" nós somos espectadores do circo montado. e também gostamos às vezes, porque a verdade é que os lugares estão ocupados e há fila de espera. é uma ideia errada. é esperar ver um reflexo de nós em algo, ou alguém, que não nos

telefone, 18 horas

- Tité, podes vir cá a casa? ...é que tenho os cadernos e livros para forrar de plástico e se a Mãe faz ficam com bolhas.... o que eu quero da vida é tempo para forrar cadernos

pearl

parece uma reedição da história de Dan Eldon, morto uns anos antes, mais novo, sem a vida transformada num filme. seja como fôr, tanto eldon como pearl arriscaram mais (demais?) para nos fazerem chegar notícias. de quantas mais vamos precisar? o mundo não é só bom, nem doce, nem feliz. também é mau, com histórias desfeitas, vidas que acabam, mistérios de nós, dos outros, da vida e da morte. o mundo é isso tudo e parece-me um sonho. parece que a vida de dia é só estar acordado e há um sonho maior por trás que continua, ou retomamos, cada momento. tudo recomeça. não há vida que acabe com morte, só um sonho por trás. uma forma de ser.

fim de verão

sei que é fim de verão porque me levantas o braço (o meu braço é um peso morto-vivo levantado por ti), contas-me da festa de anos de ontem e do primeiro dia de escola do terceiro ano. é já amanhã. falas da roupa que queres vestir, "como a hermione", calças de ganga e um casaco rosa novo. umas calças muito quentes para este setembro de um calor aquoso, por isso acho que levo uma saia na mala para quando forem 4 horas e te for buscar. para quando tiver as duas mãos ocupadas com quatro mãos mais pequenas, para ouvir como foi e ver-te suar enquanto dizes que não tiveste calor nenhum, a rir. porque eu sei que tu vais ter calor e tu sabes que eu sei, mas não dizemos a ninguém. esta é a cara que a terra faz junto ao mar no fim de verão e o manda embora em sopro nos dias de setembro bolas de sabão dos dias mais felizes

1 pontito!

estamos assim: mimo e a minha mão por cima
cheira a agosto" e a verão e s t e n d i d o