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Génio literário

Todos a bordo!

O cruzeiro a África foi uma locura. Pode mesmo dizer-se que foi o cruzeiro das festas, como alguns dos convidados chamavam ao navio em que Luís Evaristo nos presenteou com mais um BeOne on Board. Sexta-feira, embarque às 17h00, seguido dos devidos preparativos para o jantar de gala a bordo; mais tarde, já com as roupas trocadas, o festão decorreu em duas discotecas e quase ninguém dormiu, tal era a vontade de não perder pitada. Sábado chegámos a Tânger por volta das 14h00, desembarcámo-nos e dirigimo-nos à Medina e ao mercado, com a ajuda de um guia que tentou levar-nos a todo o lado menos aonde queríamos. O que quer que eu tente descrever não é nada comparado com a realidade. Tânger é bastante feia, muito suja e as pessoas têm um aspecto assustador. Por várias vezes tentaram aldrabar-nos, chegando a limites inauditos como o de nos pedirem três mil euros por uma garrafa de água! Apesar de já ter viajado muito, nunca tinha visto uma cultura assim e sendo eu loira não me senti nada segura ou confortável com a cidade... Resumindo, acabei por não comprar quase nada e voltei ao barco mais cedo do que era suposto. Já em segurança, animou-me a festa marroquina, com toda a gente trajada a rigor. A seguir ao jantar, mais um festão que voltou a acabar de madrugada, e desta vez não deu mesmo para dormir já que fomos expulsos dos camarotes às 9h00, para só conseguirmos sair do navio lá para as 14h00. Tudo porque um marroquino se infiltrara no barco e passara uma noite em grande, uma quebra inadmissível na segurança. Já cá fora, esperava-nos um grupo de policias, com cães, para se certificarem de que ninguém vinha carregado de mercadorias ilegais, e não sei como é que, depois de tantos avisos da organização, ainda houve quem fosse apanhado com droga na mala!De volta a casa, a única coisa que queria mesmo era a minha cama, onde caí redonda e só acordei na segunda para ir para as aulas. Mas o saldo foi bastante positivo. Aliás, devia haver mais gente a arriscar fazer eventos como estes; já estamos todos fartos dos lançamentos, cocktails e festas em terra!"


Pimpinha Jardim

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dear Sophia, it's really late. I've just arrived home after a dinner at my grandma's house. she's still so special. everyone ate a lot, we talked about old friends, ourselves when we were growing up. there are always stories about africa. we are all so linked there, so many miles away and yet. we talked about you, alexis and darril. and also about the bulldogs that my uncle used to have and were pretty awfull and scary. I was really afraid of them, but one day I grabbed a horn and chased them trough the garden until they were crying with the noise. never bothered me again. we also mentioned cape town and pretoria, your house, your family, I remember you so dearly it's hard to say. you were my friend and were a bit like me. you thaught me english and had the patiente enough to hear me reading, laughing out loud in a bed full of animals and pillows that we throwed until they reached the ceiling, you knew the piano but hated it. you knew everybody and everything so wel

sorriso de março

hoje de manhã ía no autocarro a ouvir música e a pensar em qualquer outra coisa para além do transporte e da manhã em volta. O que me fazía regressar ao banco do bus eram as sacudidelas da tosse que me tem feito companhia e ajudava a mudar de posição no banco de forma quase automática. Isto, claro, além de uma nova arrumação dos pulmões, já que suspeito que me saíram várias vezes cá para fora, embora ninguém mostrasse o olhar espantado de "pulmões-ao-relento". Depois de uma das sacudidelas, que não contei por serem muitas, vi uma caixa de medicamentos no meu colo e uma uma senhora de olhos transparentes que a segurava. "Tome, ajudam muito. Tambémm estive assim e sei bem o que é", disse ela. Tinha um sorriso inteiro, estava muito arranjada, com o ar de quem não tem sono e de que todos os dias são dias especiais, e tinha olhos de Tejo. não são as palavras que fazem as pessoas, mas os gestos. este veio com a solidariedade dos viajantes, um sorriso e um olhar. Obriga

injusto

tenho visto muito menos os meus vizinhos do lado. nem pensei muito no assunto. meteu-se a parte final do ano, os exames e as últimas entregas de trabalhos, e depois houve o trabalho no colégio, alguns dias de praia e o algarve. cheguei hoje a casa e a minha mãe contou-me que o joão, o filho, mais novo de todos, teve um acidente. estava a deslizar no corrimão da escola e caíu. está há dois meses no hospital, em coma. neste momento está em alcoitão, reconhece a mãe, tem uma irmã que entra pelo quarto a dar força a todos e a dizer que "ele vai ficar bom". e o joão é só um menino que eu às vezes vejo, que às vezes toca á camapaínha e pegunta se o tobias pode ir lá brincar um bocadinho para casa. pergunta-me sempre se ele faz xixi, eu digo que não mas espero que o cão não tenha nenhuma vontade repentina que me estrague o plano e a brincadeira do joão. tem uma mochila quase maior que ele e uns olhos à chinês. vejo-o nas escadas. agora percebo o olhar triste do pai e da mãe, quan