minha querida princezinha:
conheci-te numa manhã, 18 de Maio de 2002, fez exactamente ontem cinco anos e nessa altura tinhas essa idade. claro que faz sentido ter sido numa manhã, especialmente porque elas são mais claras aí em cima, com mais tempo, e há mesmo quem as arraste para lá do meio dia ainda com pijama no corpo ( o traje social mais usado por aí). em 2002 punhas-te em bicos de pés na janela para nos veres do lado de lá, pedias óculos escuros e colares à maria, querias os meus cadernos, o colo, as histórias. agora és mais ou menos assim também, mas mais alta. os bicos nos pés e calcanhares no chão, o cabelo maior, um ar mais velho de quem sabe tornar perto, soltando balões rumo ao céu em dia marcado,o que parece longe e afastado de nós. tu lembras-me todos os dias que quem somos está dentro e fundo de cada um, uma impressão digital ou tatuagem, como diria a mafalda, que não nos deixa esquecer quem somos. é assim que eu nunca esqueço nem deixo de sentir o enorme amor que sinto por ti.
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