há lugares (des)conhecidos que no fazem tremer à entrada. são as palavras ditas que encaixam na perfeição no espaço, que não sabíamos que existia, reservado para elas. um espaço guardado para guardar. é o tempo de cada palavra, o que se quer dizer do primeiro ao último som ouvido, a boca a acabar em lábios a dizer que falam e a falar, a ressoar em volta. é tudo isto que assusta e faz pensar "já aqui estive". ainda por cima estamos no mês de Maio.
Querido J, Estou finalmente preparada para me despedir de ti com o mesmo amor com que fiquei. Escrevo-te com a cor do mar em dias de Verão, esse mar que cura e leva todas as coisas. As transforma. Tenho sonhado contigo nos últimos dias, com carinho. Lembro-me do teu cheiro, da tua pele lisa no peito e costas. Lembro-me da tua respiração ao dormir, de sentir quando chegavas a Lisboa ou qualquer outro lugar no mundo, independentemente do que estava a fazer no meu dia.A guiar, a tomar café, entre emails e reuniões de trabalho ou qualquer outro compromisso de agenda. O que me magoou já não magoa. Amei-te muito e sei que esse amor vai continuar a existir para além de nós da mesma maneira que a vista da minha antiga casa continua, apesar de eu já não morar lá e não a encontrar todas as manhãs. O amor, como a vista e o horizonte, existe desde o princípio dos tempos e não precisa de pessoas, existe por si. Este amor vai, assim, existir para além de nós. Voa e viaja, desenha cenários n...
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