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arrumações

comprar frasco para pôr areia do deserto e dar ao tiago. colar o castiçal de madeira onde as velas redondas se poêm em fila indiana, apontadas à janela. não tem arranjo, vai fora. limpar fotografias do quadro em cima da aparelhagem. pôr na parede o print que encontrei do diário de bordo com um texto da mafalda depois dos coliseus de lisboa. guardar as fitas de fim de curso. arrumar centenas de fotografias. comprar uma lâmpada nova para o candeeiro de arroz. arranjar uma nova forma de guardar os cds que sobram das caixas. coisas para reciclar. as palvras do tomás e da catarina e matilde que estavam em post its à espera que os passasse para os cadernos que os três têm das palavras que foram dizendo quando começaram a conhecê-las melhor. já estão nos cadernos. a pulseira do open air no dossier do clube. uma mica com mails e fotografias da primeira vez que fomos a braga no dossier do clube, mais flyers e coisas de coliseus, além de um alinhamento. uma caixa para cartas e outra para guardar coisas pequeninas. encontrei chupas, vou dar aos meninos do colégio. uma caixa para materiais das sessões. tenho a pele seca e frio, a janela está toda aberta. tenho fome. doem-me as costas. quem teve esta bela ideia de fazer arrumações credo? a estante, a caraças da estante que vai demorar horas...

chegar ao fim é bom, embora nunca se chegue

Comentários

Maggs disse…
esse "credo" é tão teu!:) frio pa caraças aqui pelos alentejos...

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dear Sophia, it's really late. I've just arrived home after a dinner at my grandma's house. she's still so special. everyone ate a lot, we talked about old friends, ourselves when we were growing up. there are always stories about africa. we are all so linked there, so many miles away and yet. we talked about you, alexis and darril. and also about the bulldogs that my uncle used to have and were pretty awfull and scary. I was really afraid of them, but one day I grabbed a horn and chased them trough the garden until they were crying with the noise. never bothered me again. we also mentioned cape town and pretoria, your house, your family, I remember you so dearly it's hard to say. you were my friend and were a bit like me. you thaught me english and had the patiente enough to hear me reading, laughing out loud in a bed full of animals and pillows that we throwed until they reached the ceiling, you knew the piano but hated it. you knew everybody and everything so wel

sorriso de março

hoje de manhã ía no autocarro a ouvir música e a pensar em qualquer outra coisa para além do transporte e da manhã em volta. O que me fazía regressar ao banco do bus eram as sacudidelas da tosse que me tem feito companhia e ajudava a mudar de posição no banco de forma quase automática. Isto, claro, além de uma nova arrumação dos pulmões, já que suspeito que me saíram várias vezes cá para fora, embora ninguém mostrasse o olhar espantado de "pulmões-ao-relento". Depois de uma das sacudidelas, que não contei por serem muitas, vi uma caixa de medicamentos no meu colo e uma uma senhora de olhos transparentes que a segurava. "Tome, ajudam muito. Tambémm estive assim e sei bem o que é", disse ela. Tinha um sorriso inteiro, estava muito arranjada, com o ar de quem não tem sono e de que todos os dias são dias especiais, e tinha olhos de Tejo. não são as palavras que fazem as pessoas, mas os gestos. este veio com a solidariedade dos viajantes, um sorriso e um olhar. Obriga

injusto

tenho visto muito menos os meus vizinhos do lado. nem pensei muito no assunto. meteu-se a parte final do ano, os exames e as últimas entregas de trabalhos, e depois houve o trabalho no colégio, alguns dias de praia e o algarve. cheguei hoje a casa e a minha mãe contou-me que o joão, o filho, mais novo de todos, teve um acidente. estava a deslizar no corrimão da escola e caíu. está há dois meses no hospital, em coma. neste momento está em alcoitão, reconhece a mãe, tem uma irmã que entra pelo quarto a dar força a todos e a dizer que "ele vai ficar bom". e o joão é só um menino que eu às vezes vejo, que às vezes toca á camapaínha e pegunta se o tobias pode ir lá brincar um bocadinho para casa. pergunta-me sempre se ele faz xixi, eu digo que não mas espero que o cão não tenha nenhuma vontade repentina que me estrague o plano e a brincadeira do joão. tem uma mochila quase maior que ele e uns olhos à chinês. vejo-o nas escadas. agora percebo o olhar triste do pai e da mãe, quan