"Agora, as gotas de chuva que caem sobre a piscina, espaçadas e imprevisíveis, parecem-me a imagem que melhor descreve aquilo que existe dentro de mim e, no entanto, sei que se me sentasse a imaginar uma imagem concreta para reflectir este sentimento, nunca me lembraria desta visão simples aqui, à minha frente: gotas de chuva a caírem sobre a piscina. A minha idade irá parar no momento em que partires. Será uma espécie de morte cinzenta e de ausência. és tu que partes, mas sou eu que desapareço. Para onde fores, haverá pessoas que já existem agora, que respiram. No teu caminho, serão como pontos intermináveis de brilho. Talvez fales para essas pessoas, talvez elas te chamem pelo nome. Para onde fores, haverá mundo e vida. Aqui, continuará apenas esta varanda onde estou: um balcão. inútil sobre a paisagem, que se dissolverá numa cor única asim que partires. Sem surpresas, passarei a mão pelo cimento. Essa será uma carícia imaginada e desperdiçada. Mas isso será depois, quando exist...