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nas traseiras do meu quarto, que são as traseiras da minha casa inteira, há um jardim bonito. bonito por ser jardim e por ser um jardim bonito. tem um alpendre de madeira e uma mesa corrida, também de madeira, por baixo. com bancos de madeira corridos dos lados. tem um tabela de basket, bolas no chão e à noite há luzes, especialmente nestas noites de Verâo. estão sempre acesas, o que quer dizer que o jardim está aberto.guardo o que vejo como se fosse meu, não vão os vizinhos esquecer-se do que é importante um dia destes...
tudo começa ao fim da tarde, quando chego a casa e abro a janela corrida (parece que aqui as coisas andam depressa, mas não), ponho música, deito-me no chão de madeira e vou escolhendo os próximos cds. bebo um capuccino. ou mais. é por volta desta hora que começam os jogos de futebol. depois são os banhos e os jantares, o barulho acalma, as bolas ficam quietas no chão.
enquanto comem há muitas conversas, de todos, "cerscidos" e pequenos, e nunca ouvi gritos nem ninguém a dizer "porta-te bem". é que quando há espaço para as crianças bricarem o mundo abre-se para todos.

Comentários

Nekas disse…
Acho que cheguei a comentar contigo como esse quintal X 2 me fascina. No meio de Lisboa, onde bate o coração das buzinas, há um relvado e uma piscina redonda, e gritos, e um telheiro, e jantares e ...

VER, para CRER!

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dear Sophia, it's really late. I've just arrived home after a dinner at my grandma's house. she's still so special. everyone ate a lot, we talked about old friends, ourselves when we were growing up. there are always stories about africa. we are all so linked there, so many miles away and yet. we talked about you, alexis and darril. and also about the bulldogs that my uncle used to have and were pretty awfull and scary. I was really afraid of them, but one day I grabbed a horn and chased them trough the garden until they were crying with the noise. never bothered me again. we also mentioned cape town and pretoria, your house, your family, I remember you so dearly it's hard to say. you were my friend and were a bit like me. you thaught me english and had the patiente enough to hear me reading, laughing out loud in a bed full of animals and pillows that we throwed until they reached the ceiling, you knew the piano but hated it. you knew everybody and everything so wel

sorriso de março

hoje de manhã ía no autocarro a ouvir música e a pensar em qualquer outra coisa para além do transporte e da manhã em volta. O que me fazía regressar ao banco do bus eram as sacudidelas da tosse que me tem feito companhia e ajudava a mudar de posição no banco de forma quase automática. Isto, claro, além de uma nova arrumação dos pulmões, já que suspeito que me saíram várias vezes cá para fora, embora ninguém mostrasse o olhar espantado de "pulmões-ao-relento". Depois de uma das sacudidelas, que não contei por serem muitas, vi uma caixa de medicamentos no meu colo e uma uma senhora de olhos transparentes que a segurava. "Tome, ajudam muito. Tambémm estive assim e sei bem o que é", disse ela. Tinha um sorriso inteiro, estava muito arranjada, com o ar de quem não tem sono e de que todos os dias são dias especiais, e tinha olhos de Tejo. não são as palavras que fazem as pessoas, mas os gestos. este veio com a solidariedade dos viajantes, um sorriso e um olhar. Obriga

injusto

tenho visto muito menos os meus vizinhos do lado. nem pensei muito no assunto. meteu-se a parte final do ano, os exames e as últimas entregas de trabalhos, e depois houve o trabalho no colégio, alguns dias de praia e o algarve. cheguei hoje a casa e a minha mãe contou-me que o joão, o filho, mais novo de todos, teve um acidente. estava a deslizar no corrimão da escola e caíu. está há dois meses no hospital, em coma. neste momento está em alcoitão, reconhece a mãe, tem uma irmã que entra pelo quarto a dar força a todos e a dizer que "ele vai ficar bom". e o joão é só um menino que eu às vezes vejo, que às vezes toca á camapaínha e pegunta se o tobias pode ir lá brincar um bocadinho para casa. pergunta-me sempre se ele faz xixi, eu digo que não mas espero que o cão não tenha nenhuma vontade repentina que me estrague o plano e a brincadeira do joão. tem uma mochila quase maior que ele e uns olhos à chinês. vejo-o nas escadas. agora percebo o olhar triste do pai e da mãe, quan