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Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2005

"hoje é dia de festa"

adoro as festas de anos de quando se é pequenino. a minha sobrinha mais velha fez hoje 6 anos. 6 anos é sempre aquela marca que anuncia " primária à vista", as letras a começarem a aparecer, as expressões como "bué", a fronteira que se esbate na escola. e também tudo o resto. o parque, os filmes, os brindes da macdonalds, as histórias antes de deitar, os cromos da caderneta e a troca dos repetidos, o jantar à noite, as brigas com os irmãos, os ataques de cócegas, a dança de músicas da disney, o fazer surpresa e ir buscar à escola, os abraços, mais cócegas e o riso. hoje juntei sobrinhos, misturei-os com amigos de escola e de prédio, irmãos mais novos e mais velhos, uma pitada de família, bolo de chocolate e smarties+gomas q.b...ouvi Tité!!!!!, vi um papel de embrulho personalizado, um ataque de vergonha, um "era isto mesmo que eu queria!!!!!!", as smarties a serem roubadas da cobertura do bolo, dezenas de copos a pedirem-me mais coca-cola e sumos, e "...

AREIA

afinal chama-se AREIA :) o tobias claro que não foi despromovido, mas agora tem uma amiga, que já é maior que ele, para brincar. a areia é a mais querida, mais amorosa cadela que já vi!tem umas patorras que faz favor, um ar ainda muito desengonçado e aquela coisa de ser bebé, correr muito, de repente parar e tombar no chão a dormir. ainda anda toda destrambelhada, abana-se muito, fica muito contente com visitas e se vê televisão dá-lhe o sono. ocupa a praia inteira de um colo, tem uma mãe que se chama bolota e salta o muro para a ir visitar. tem uns olhos esverdeados e gosta de ir buscar uma bola ao jardim. depois dá a bola ( esta parte o tobias nunca fez, ía-se embora). vai ser giro dizer "areia, vamos à praia!"

"police line, do not cross"

"Mas lá está: àquele estado de alma, àquela euforia interior, àquela sensação de final de Obrigada por uma trip sem adjectivos materiais possíveis, só chega quem não tem medo de naufragar." Margarida Pinto Correia in "Razões mais que suficientes, desconhecidas e gritantes" Este texto foi um início há uns meses atrás. Hoje tenho saudades do Coliseu do Porto, de partir na estrada com os meus melhores amigos e ir só. Não ficar na preguiça, ser impossível ficar. Aqui, a única maneira de conhecer é ir. Mais nada. A vida é, mais do que palavras, "uma ideia ou um verso", a vida são gestos. Estas palavras são o fim de um círculo hoje. Fiz espaço e tempo, empurrei para o lado, afastei, juntei nos cantinhos tudo o que tinha que fazer, tudo o que era suposto, para poder criar um espaço de ser. Não me arrependo. Só tenho pena que, fechando círculos, não fiquem arestas onde possa parar e ver chão e céu ao mesmo tempo.

à beira rio

ontem fui tomar um café que se transformou num jogo de futebol. com lances emocionantes, golos, desmarcações, bolas no poste, bolas-quase-no-rio, a tosse até os pulmões abrirem tudo o que é preciso, o sol, os óculos escuros a cair, os carros em debandada pela marginal. bigodes de cornetto de morango, café, cheiro a palmiers e o trânsito na ponte, em arco, lá ao fundo. passei-te perto e não viste. ontem fui tomar um café e nas conversas de café que há nos cafés contaram-me: "olha, ele anda a ler o teu blog...". e eu corei por dentro, como coro quando sei que me viram por aí sem estar presente e chega aquele calor e a surpresa de me terem na lembrança. obrigada Pedro R. e todos, anónimos ou não, que passam e entram aqui.
it was intorelable: the thought of being exiled from beauty, of having to look at it with the same resignation as when you look at something you know you will never have, something you are not worthy of. That really killed me. The possibility of yourself becoming that beauty, even if only once, simply by wadding into it, letting it flow in through the pores of your skin; rolling in it, mud, dust, rain or sand, smearing it all over you- suddently I was feeling wild- how could anyone exclude that possibility from their life?

sorriso de março

hoje de manhã ía no autocarro a ouvir música e a pensar em qualquer outra coisa para além do transporte e da manhã em volta. O que me fazía regressar ao banco do bus eram as sacudidelas da tosse que me tem feito companhia e ajudava a mudar de posição no banco de forma quase automática. Isto, claro, além de uma nova arrumação dos pulmões, já que suspeito que me saíram várias vezes cá para fora, embora ninguém mostrasse o olhar espantado de "pulmões-ao-relento". Depois de uma das sacudidelas, que não contei por serem muitas, vi uma caixa de medicamentos no meu colo e uma uma senhora de olhos transparentes que a segurava. "Tome, ajudam muito. Tambémm estive assim e sei bem o que é", disse ela. Tinha um sorriso inteiro, estava muito arranjada, com o ar de quem não tem sono e de que todos os dias são dias especiais, e tinha olhos de Tejo. não são as palavras que fazem as pessoas, mas os gestos. este veio com a solidariedade dos viajantes, um sorriso e um olhar. Obriga...

9 março

Recebi um presente muito bonito:é um livro. Um livro que não tinha e ía lendo nas livrarias à sucapa, ou em casa de alguém que o tivesse. Agora tenho um no chão, que é onde se saboreiam os presentes. tem uma coisa que adoro: uma dedicatória. (obrigada)