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A mostrar mensagens de março, 2006

que bom!

vê-se pela luz do fim do dia, no tom rosa que cobre o rio e a ponte, que o inverno acabou. à noite todas as luzes se acendem nu ritmo certo e menos acelerado que no Inverno, em que é de noite já às quatro e os dias são cortados ao meio. é muito isto que gosto no Verão: um outro ritmo de fazer as coisas, uma forma de andar quase sem põr os pés no chão. o sabor da fruta é diferente, o chão do meu quarto acorda muito amarelo, com a luz toda que vem da janela e toca nos bigodes do cão que dorme, de lado, numa almofada ás riscas. toca numa pnta de lençol e num dedo do pé de fora da cama, pendurado. Verão é tempo de "ficar mais um instante".
"(...) demonstrou-nos que as divisões são importantes em dadas circunstâncias, mas não são tudo. Há poderes imateriais, não avaliáveis a peso, que seja como for pesam. Estamos rodeados de poderes imateriais, que não se limitam aos que denominamos por valores espirituais, como uma doutrina religiosa. Também é um poder imaterial o das raízes quadradas, cuja lei severa sobrevive aos séculos e aos decretos não só de Estaline, mas até do próprio Papa. E entre estes poderes eu também incluiria o da tradição literária, ou seja, do conjunto de textos que a humanidade produziu ou produz não para efeitos práticos (como ter registos, anotar leis e fórmulas científicas, fazer actas de sessões ou estabelecer horários ferroviários) mas antes gratia sui , por amor de si própria - e que se leêm por prazer, elevação espiritual, ampliação de conhecimentos, se calhar por puro passatempo, sem que ninguém nos obrigue a fazê-lo (se exceptuarmos as obrigações escolares). É isto que dizem todas as grand...