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olhos

O R. e a I. andam na escola. Nos intervalos andam a passear com os amigos num típico recreio de escola secundária: grupinhos a conversar junto às paredes, alguns alunos mais novos a correr e os mais velhos a arriscar passas de um cigarro nas costas de uma funcionária. O R. está em ciências e a I. em humanidades. Ele quer informática "mas não sei, depende dos dias...", e ela também não sabe ainda. Contaram o que todos os adolescentes contam: vão sair logo à noite, frequentam chats onde "se conhece sempre gente nova", têm telemóveis, borbulhas, uma mochila mais ou menos cheia, um riso tímido porque estava lá a conversar com eles e deviam-me achar mais velha por já estar nesse mítico mundo da "faculdade" onde "se queres aprendes e já é uma sorte!", como diz o R. Devo-lhes ter parecido mais velha porque não me veêm. da mochila tiraram linhas braille e telemóveis com software de voz. contaram como é complicada a parte das mensagens, " é que há umas mensagens que posso pedir para me lerem, mas outras não!". Falaram da importância dos colegas que "nos ensinaram a conhecer a escola. Eles é que íam connosco nos intervalos ver onde são as salas, as casas de banho, os bancos. De princípio não conhecíamos nada, mas depois foi andando. Pode-te parecer estranho...Eu até gostava da minha escola antiga, a Keller, dava-me bem com todos, mas aqui é melhor. Lá era muito outro mundo, estávamos separados...aqui não...às vezes custa...no princípio todos nos fazíam muitas perguntas, mas depois foi passando. o que é que tinha acontecido? como é que fazemos as coisas? esse tipo de perguntas. A minha melhor amiga foi a que se chegou ao pé de mim e perguntou qual era o meu prato de comida preferido ( sorriso). Ela é a minha melhor amiga."

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